sábado, 20 de março de 2010

a verdadeira história

O grande segredo de todas as mulheres a respeito da casa de banho é que, quando eras pequenina, a tua mamã levava-te à casa de banho, ensinava-te a limpar o tampo da sanita com papel higiénico e depois punha tiras de papel cuidadosamente no perímetro da sanita. Finalmente instruía-te: "nunca, nunca te sentes numa casa de banho pública!" E depois ensinava-te a "posição", que consiste em balançar-te sobre a sanita numa posição de sentar-se sem que o teu corpo tenha contacto com o tampo. "A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, importante e necessária, que nos acompanha para o resto da vida. Mas ainda hoje, nos nossos anos de maioridade, "a posição" é dolorosamente difícil de manter, sobretudo quando a tua bexiga está quase a rebentar.
Quando tens de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila enorme de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro. Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de “tou aqui, tou-me a mijar!”.
Finalmente é a tua vez! E chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais” (a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou passar à frente, que pena!). Então verificas por baixo de cada cubículo para ver se não há pernas. Estão todos ocupados. Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pessoa que ainda está a sair.
Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre!); não importa… Penduras a mala no gancho que há na porta… QUAAL? Nunca há gancho! Inspeccionas a zona, o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e não te atreves a pousá-la lá, por isso penduras a mala no pescoço enquanto vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça te desarticula o pescoço, porque a mala está cheia de coisinhas que foste metendo lá para dentro, durante 5 meses seguidos, e a maioria das quais não usas, mas que tens no caso de…
Mas, voltando à porta… como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças num instante e pões-te “na posição”… AAAHHH… finalmente, que alívio… mas é aí que as tuas coxas começam a tremer, porque nisto tudo já estás suspensa no ar há dois minutos, com as pernas flectidas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o pescoço!
Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar a sanita nem a tapaste com papel; interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a voz da tua mãe faz eco na tua cabeça *“nunca te sentes numa sanita pública”*, e então ficas na “posição”, com as pernas a tremer… e por uma falha no cálculo de distâncias, um finííííssimo fio do jacto salpica-te e molha-te até às meias!! Com sorte não molhas os sapatos, é que adoptar “a posição” requer uma grande concentração e perícia. Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel higiénico, maaaaaaaaaaas não há!!! O suporte está vazio! Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas que tens na mala, pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel… mas para procurar na tua mala tens de soltar a porta? Duvidas um momento, mas não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém a empurra, dá-te uma trolitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas rapidamente tens de travá-la com um movimento rápido e brusco enquanto gritas OCUPAAADOO!! E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltar a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm muito respeito umas pelas outras). Encontras o lenço de papel! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não importa, fazes tudo para esticá-lo; finalmente consegues e limpas-te. Mas o lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda; ou seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão. Ouves algures a voz de outra velha nas mesmas circunstâncias que tu “alguém tem um pedacinho de papel a mais?” Parva! Idiota!
Sem contar com o galo da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o suor que te corre pela testa, a mão a escorrer, a lembrança da tua mãe que estaria envergonhadíssima se te visse assim… porque ela nunca tocou numa sanita pública, porque, francamente, tu não sabes que doenças podes apanhar ali, que até podes ficar grávida! Estás exausta! Quando páras já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo a fazer malabarismos com um pé, muito importante! Depois lá vais pró lavatório. Está tudo cheio de agua (ou xixi? lembras-te do lenço de papel), então não podes soltar a mala nem durante um segundo, pendura-la no teu ombro; não sabes como é que funciona a torneira com os sensores automáticos, então tocas até te sair um jactozito de água fresca, e consegues sabão, lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a mala não cair e ficar debaixo da água. Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as mãos nas tuas calças – porque não vais gastar um lenço de papel para isso ou não tens mais – e sais… Nesse momento vês o teu namorado, que entrou e saiu da casa de banho dos homens e ainda teve tempo para ler um livro “os maias” enquanto te esperava. “Mas por que é que demoraste tanto?” - pergunta-te o idiota. “Havia uma fila enorme” - limitas-te a dizer.
E é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a outra passa-te o lenço de papel debaixo da porta, e assim é muito mais fácil e rápido, pois só tens de te concentrar em manter “a posição” e *a dignidade*.
* Obrigada a todas por me terem acompanhado alguma vez à casa de banho e servir de cabide ou de agarra-portas! AGORA AI QUE ALGUEM ME PERGUNTE: “querida, por que motivo demoraste tanto tempo na casa de banho?”

quarta-feira, 10 de março de 2010

SÃO APENAS RETALHOS !

domingo, 7 de março de 2010

A vida !


Pega no telefone e liga-lhe, não tens nada a perder. Diz-lhe que tens saudades dele, que ninguém te faz tão feliz, que os teus dias são secos, frios e áridos, como um deserto imenso, sem oásis nem miragens, sempre que não estão juntos. Pega no telefone e liga-lhe. Se ele não atender, deixa-lhe uma mensagem. Ou então escreve-lhe uma mensagem a dizer que queres estar com ele. Não te alongues nem elabores, os homens nunca percebem o que queres deixar cair nas entrelinhas. Tens de ser clara, directa, incisiva. E não podes ter medo, porque o medo é o maior inimigo do amor. Cada vez que deixares o medo entrar-te nas tuas veias, ele vai gelar-te o sangue e paralisar-te os nervos, ficas transformada numa estátua de sal e morres por dentro. A vida é uma incógnita, hoje estás aqui, amanhã podes ficar doente, ou cair-te um piano em cima quando fores a andar na rua. Ainda há pessoas que atiram pianos pela janela, sabias? Nunca se sabe como será o dia de amanhã, por isso não percas tempo: pega no telefone e liga-lhe. Tenho a certeza que ele te vai ouvir, tenho a certeza que ele te vai ajudar, tenho a certeza que ele, à sua maneira - e é tão estranha a forma como os homens gostam de nós - ainda gosta de ti. Mesmo que já não te ame, ainda gosta de ti, como tu vais aprender a gostar dele, quando a vida te obrigar a desistir deste amor. Ele está longe, mas olha por ti por entre memórias, presentes e flores. À noite, entre sonhos alterados pelo álcool, tu apareces-lhe na cama e ele volta a sentir o cheiro da tua pele e volta a amar-te com todas as suas forças. Ainda que não acredites, tu viverás para sempre nele, tal como ele vive em ti, na memória das tuas células, num passado que pode ser o teu escudo, mesmo que não seja o teu futuro. Pega no telefone e liga-lhe. Fala com ele de coração aberto, diz-lhe que o queres ver, chora se for preciso, pede-lhe que te diga se sim ou se não. Se for preciso, por mais que te custe, pede-lhe para te escrever a palavra NÃO. Pede-lhe uma resposta para o teu coração. Mais vale saberes que acabou tudo do que viveres com as laranjas todas no ar, qual malabarista exausto, sem saberes nem como nem quando elas vão cair. Mais vale chorar a tristeza de um amor perdido do que sonhar com um oásis que se transformou numa miragem. Pega no telefone e liga-lhe. Liga as vezes que forem precisas até conseguires uma resposta, a paz de uma certeza, mesmo que essa certeza não seja a que desejavas ouvir. Mas não fiques quieta, à espera que a vida te traga respostas. A vida é tua, tens de ser tu a vivê-la, não podes deixar que ela passe por ti, tu é que passas por ela. E quando todas as laranjas caírem, apanha-as com cuidado, guarda-as num cesto e muda de profissão. O circo é para quem não tem casa nem país, não é vida para ninguém. Guarda as laranjas num cesto, leva-as para casa e faz um bolo de saudades para esquecer a mágoa. E nunca deixes de sonhar que, um dia, tal como eu, vais encontrar alguém mais próximo e mais generoso, que te ensine a ser feliz, mesmo com todas as pedras que encontrarem no caminho. Larga as laranjas e muda de vida. A vida vai mudar contigo.

2009


Ano dois mil e nove, foi um grande ano. Aprendi que a vida exige muito de nós, e que o Ser Humano nem sempre esta na melhor forma de disponibilizar o que queria realmente dar, por causas próprias, ou então por simples falta de tempo. Contudo, este ano foi um dos melhores da minha vida, por estar a passar numa grande fase da minha vida – a adolescência. Época onde tudo nos parece o fim do mundo, os primeiros amores parecem os últimos, as primeiras grandes desilusões que nos parece nunca serem possíveis de curar, grandes perdas, mas também é a melhor altura que temos na vida, para fazer sobressair a nossa felicidade e o maior divertimento. Ao longo de todo este ano, sorri, chorei, partilhei, amei, desiludi, lutei, fracassei, aprendi, cresci, errei, perdi, ganhei, diverti (...) e todo o conjunto imaginário de verbos que poderá existir, mas o verbo Viver, no geral é o melhor que se adequa certamente. Conheci várias pessoas, ao longo deste ano, algumas que de certa forma ainda continuam presentes na minha vida, e que não quero que saíam. Outras, entraram, mas por actos menos bons, não permaneceram o tempo que desejariam, e expulsei-as da chamada rede de amigos. Só tenho pena de não ser dona do tempo, pois haveriam grandes momentos, ao longo deste grande ano de dois mil e nove que viveria mais intensamente, e repetia-os todas as vezes que me apetecesse. Momentos esses que marcam a vida de uma pessoa, e este ano, certamente superou todas as expectativas. Fiz uma longa descoberta, a chamada descoberta do amor. Senti emoções, sentimentos, que nunca em tempo algum tinha sentido. Há um grupo de pessoas, a quem devo um grande obrigado mesmo, do fundo do coração, o que têm vindo a fazer por mim. Quando estiverem a ler isto ou talvez ouvir, sabem perfeitamente a quem me refiro. Aprendi muito convosco, mais do que com qualquer outra pessoa durante este ano, por vezes duvidava de algumas palavras vossas, tal como voces das minhas, mas sabem exactamente o que sinto ; e peço desculpa por isso, por ser tão insegura e frágil, o que me levou de certa forma, a escutar-vos e admirar-vos de uma forma mais especial. Juraram-me amor eterno. Amigos. O melhor da vida, um grande obrigado mesmo, por estarem sempre aqui para tudo o que preciso, por nunca me deixarem cair, quando alguém me mandava abaixo e o mundo desabava em cima de mim. Tenho recordações de todos, de todos mesmo. De almoços, jantares, festas, fotografias, risos, noites, dias, tardes, choros. Fizeram de mim, o que eu sou hoje. As amizades são incomparáveis, não há comparação possível. Podemos conhecer uma determinada pessoa num dia, e passados dois, três, quatro dias, essa mesma pessoa pode já ser das mais importante que temos connosco. Isso este ano, aconteceu-me mais que uma vez. É claro, que também tenho aquelas amizades douradoras, de á anos. Há coisas que me arrependo de não ter dito e feito, como outras coisas que fiz e não deveria ter feito. O meu grande mal é entregar-me de cabeça as pessoas. Houve pessoas que aguentaram, outras não. De nada as tenho a culpar, ajudaram-me a distinguir de outras. Disse coisas que não queria, como agi de cabeça quente, e quase deitei tudo a perder, soube perdoar quem devia, e soube amar quem merecia. Agora com um novo ano á porta, só quero continuar com quem esta comigo, com as recordações deste longo ano, e memórias dos maiores momentos da minha vida. Um ultimo obrigada a todos, sem qualquer tipo de excepção. Foi um ano de grandes explosões de emoções e sentimentos, amor, amizade, ódio, paixão, e sei que as pessoas que escolhi para nutrir tal sentimento foram as acertadas contudo ainda há alguém que me esta a dever muito, e que a qualquer momento se pode aperceber disso, correr para mim e dizer o que eu quero ouvir, mas agora talvez já seja tarde de mais.

terça-feira, 2 de março de 2010

28/02/2010

Hoje choveu, ontem estava sol. Isto foi um acidente, não do tipo “grave”, mas grave. Nunca percebemos a tempo quando estamos a cair, a realidade é que caímos. Diz-me tu… nunca te sentiste assim? Delicado? Diz-me que nada disto conta, até que alguém saí do jogo a perder e não pode voltar atrás. Olho para o passado, nunca me senti tão sozinha, até agora, que te tenho, a ti e só tu me bastas. Queria que tu me pudesses mostrar o amor, para se abrir uma porta, para eu me puder levantar do chão, para eu gritar por mais… Foram actos aleatórios de burrice, ocorrências banais, acasos e surpresas, só, um outro nível de consciência. A vida pode ser muito injusta, lutaste até ao fim, mas não ganhaste. Por mais especial, por mais perfeita que aquela pessoa fosse, ia errar um dia, tinhas que estar pronto para a saber perdoar. Por mais raiva que sentisses no momento, certas atitudes iriam mostram o que vales. A confiança leva muito tempo a ser construída, e pode ser destruída em segundos. Porquê que confiamos? Porque precisamos de alguém que nos ajude? Que acredite em nós? Sim. Arrependeste-te com atitudes, que vão ficar ali, ali na memória, provavelmente o resto da vida, pensaste que mais valia voltar atrás e fazer tudo de outra maneira, de repente lembraste que isso não é possível e o máximo que podes fazer é tentar remediar o mal, e vais à luta pelo que queres, vais à luta por tudo aquilo em que acreditas. Sem olhar para o passado, a pensar apenas no presente e no futuro. Sempre te tive do meu lado. Um dia desapareceste, foi ai que percebi o quanto precisamos dos amigos, magoei e fui magoada. Entrou na minha vida e arrebentou com tudo, um verdadeiro furacão. Hoje dou valor, ao quanto importante é sentirmos que alguém gosta de nós. Fazem-nos rir, os outros até podem mandar calar, mas, não foi isso, meras palavras, nada a calou, nada a fez desistir, os amigos são o nosso ombro, aquele ombro que temos para chorar, mas hoje, até evitaram as grandes lágrimas. Passou um dia e nada. Reinou o sentimento. Por momentos tive medo, apenas quis fechar os olhos e dormir, amanha quando acordar, vai estar tudo bem, tudo voltou ao normal.